António Oliveira critica arbitragem, mas considera 'justo' empate na estreia

António Oliveira critica arbitragem, mas considera 'justo' empate na estreia
CBF

O Corinthians estreou no Campeonato Brasileiro empatando por 0 a 0 com o Atlético-MG, neste domingo, em jogo disputado na Neo Química Arena, diante de mais de 42 mil pagantes.

Expulso após o apito final em jogo de 16 cartões aplicados pelo árbitro, António Oliveira criticou a condução do árbitro Yuri Elino Ferreira da Cruz, principalmente após a expulsão do volante Battaglia, do Atlético-MG, ainda no primeiro tempo.

– Um início de uma nova temporada, de um Brasileiro, que é muito difícil, não há adversários fáceis. Calhou de o primeiro jogo em casa ser contra um dos candidatos ao título, pelos investimentos, com jogadores há muito tempo juntos. Jogo de muitos duelos físicos, tiramos vantagem disso com a expulsão. Cada um faz seu trabalho como pode, agora o juiz, eu não gostaria de ter essa função, o mundo está de olho, não pode falhar, tem família, com certeza faz as coisas de forma honesta, não há dúvida. Agora, não pode querer na segunda parte compensar algo que ele fez e fez bem.

– Na segunda parte estava a compensar algo que tinha errado, mas que acertou e fez bem. Não é possível numa segunda parte, ter 60% de bola parada. Para valorizar o espetáculo, temos de começar por algum lado. Teve situação do Yuri no chão, árbitro deixou jogo seguir... não pode ser. Há problemas de critério. Acho que ele foi mal para os dois lados, mas não vou bater mais, fez o melhor que pode – analisou António Oliveira.

O técnico do Corinthians considerou positivo o resultado por conta da qualidade do Atlético-MG, time que avaliou como de muita qualidade e que deve brigar pelo título. O treinador português também explicou as mudanças e que, mesmo com um a mais, evitou colocar o time todo no ataque.

– Poderíamos ter feito um pouco mais, mas não podemos apontar nada. Não jogamos sozinhos, mas contra um adversário do ponto de vista individual de muita qualidade. Nosso time foi equilibrado. Não é por ter dez na frente que terei mais chances de gol, ia desequilibrar a equipe. Quanto melhor defendermos, mais conforto damos a quem ataca. Minhas equipes são defensivamente seguras e equilibradas. Foi um resultado até justo, num jogo difícil, poderíamos ter ganho, mas somamos um ponto num início de uma maratona grande que é o Brasileirão – disse o treinador.

O Corinthians entra em campo novamente na quarta-feira, às 20h (de Brasília), contra o Juventude, no estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul.

Outros trechos da entrevista:

Sequência do Brasileirão

– Antes de tudo, não olho sequência, olho próximo jogo. Será importante quarta contra o Juventude, nele que vamos nos concentrar. Por outro lado, nossa equipe foi extremamente equilibrada. O adversário com um a menos se fechou em linha de cinco, retirou espaços, tentamos usar a área, Wesley e Matheus tentaram dar largura, mantendo dois contra um lá atrás, demos mais liberdade ao Hugo, tivemos Paulinho na transição (...) Em qualquer forma, estamos crescendo. O que senti, foi uma equipe equilibrada, que não deu chances ao adversário finalizar. Queremos ganhar todos os jogos, mas saio satisfeito pelo rendimento e comportamento dos jogadores, estaria felicíssimo se tivéssemos ganho.

Onde o time pode chegar?

– Há uma coisa que tenho, que é uma crença enorme nestes jogadores. Nas projeções, sempre disse que não faria a longo prazo. É viver um dia de cada vez. Isso não é um chavão usado como escudo para não criar expectativas, mas uma equipe que está se reestruturando, que muitos jogam juntos pela primeira vez, que está trabalhando no meio das competições, e acho que é um trabalho digno e de qualidade, gente com qualidade humana, com vontade de aprender, tem me dado prazer trabalhar com eles. Amanhã no treino vamos trabalhar o próximo jogo, que é o mais importante. Vai ser desafiante, mas vai valer a pena.

Expulsões

– Eu já estou aqui desde dois mil e... Quem me conhece sabe que sou assim, já estou marcado por eles, não vou deixar de viver o jogo da minha maneira, de maneira apaixonada. Tinha um bandeirinha que é um dos melhores do país, nos damos muito bem, mas o árbitro....Não me orgulho disso, de estar suspenso, de levar amarelo, mas faço análise do adversário. O árbitro tem de fazer análise de quem vai enfrentar, por que tantos amarelos? Por que não podemos ter uma conversa? O fato de dar um amarelo de forma intempestiva não ajuda em nada. Temos culturas esportivas diferentes que optam pelo diálogo, por isso Deus nos deu uma língua. Percebi que a tolerância é zero. Tem que ser igual para todos, não se pode ter medo de ninguém, olha-se as caras. Se formos honestos e rigorosos com mesmo critério, não só António será expulso. Mas não vou entrar nisso, não me orgulho. Acho que deve existir diálogo e tolerância, tenho quase 100 jogos no Brasil. Não sou novato aqui. Sou alvo sempre, devo refletir, mas será que ele não vai para casa e reflete também? É preciso mais tolerância.

Desempenho

– Muito satisfeito com o rendimento de todos. Já fui torcedor e quando as coisas eventualmente a gente poderia ter feito mais, os que estão fora sempre são melhores que os que estão dentro. Geralmente é assim. Mas é viver jogo a jogo, ver onde podemos crescer, ver os espaços que adversários oferecem, quais jogadores encaixam. Não gosto de individualizar, Coronado vem bem, tem entrado bem, vem de um processo difícil, 2 meses sem treinar, tivemos de condicionar, teve dengue, vai cada vez mais atrasando sua conclusão, é preciso cautela. Não podemos correr risco. Maycon só podia jogar aquela minutagem, é preciso cuidado, temos que ser sempre assertivos a cada jogo.

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