Augusto Melo leva conselheiros ao CT e irrita jogadores e funcionários
Os erros de escalação do técnico Ramón Díaz, a falta de pegada do time ou os erros individuais não foram os únicos fatores apontados para as duas eliminações seguidas do Corinthians em copas (do Brasil e Sul-Americana). Por trás de tudo isso, uma situação em especial criou polêmica e desagradou jogadores e funcionários: o fato de o presidente Augusto Melo usar o Centro de Treinamento, local considerado sagrado pelos atletas, para fazer política. É ali que o dirigente promove reuniões políticas de aproximação com conselheiros e recebe empreendedores e influenciadores, no mínimo, controversos.
Nos bastidores, jogadores e funcionários do CT mostram-se incomodados com o número exagerado de pessoas estranhas que circula diariamente pelo local. A reclamação existe desde as primeiras semanas de mandato da gestão. Porém, intensificou-se nos últimos dias por causa dos encontros realizados com algumas chapas (15 e 21, por exemplo). O gesto foi visto como o de levar problemas políticos do clube para o dia a dia do time de futebol. Mistura reprovada por todos.
“Muitas vezes a gente se sente como se isso (CT) aqui fosse um zoológico”, costumam dizer os atletas. “E nós somos os animais em exposição” são algumas das frases que familiares e empresário ouvem dos atletas.
Integrantes da comissão técnica e, principalmente, jogadores costumam considerar o CT como “território sagrado”, onde apenas pessoas que trabalham no seu dia a dia deveriam ter acesso. O trânsito frequente de gente estranha provoca grande descontentamento.
CONVIDADO ILUSTRE
Além dos encontros com grupos políticos do Parque São Jorge, um convidado especial de Augusto Melo chamou muita atenção quando esteve no CT: o “incluencer” Buzeira. Investigado pelo Polícia Federal por suspeita de lavagem de dinheiro, Buzeira é adepto do estilo ostentação. E como tal, fez questão de registrar e postar foto de seu encontro com o presidente corinthiano e com o – ainda sem cargo definido no clube – Caio do Vale.
Augusto Melo e sua gestão são alvos de três investigações da Polícia Civil e no Ministério Público-SP.
Comentários (0)