Duilio pede ações duras por caos na Vila e diz repensar relação com organizadas

Duilio pede ações duras por caos na Vila e diz repensar relação com organizadas
Ana Canhedo

Presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves pediu punições severas aos causadores da confusão que encerrou o clássico contra o Santos, na Vila Belmiro, aos 44 minutos do segundo tempo. O Timão venceu por 2 a 0, e membros de organizadas do Peixe atiraram morteiros no gramado.

– É lamentável, muito triste o que a gente tem vivido nos últimos anos, com protestos, agressões, hoje novamente na Vila. No ano passado tivemos também um episódio na Copa do Brasil, o Cássio foi agredido. Hoje eu entrei rápido para pedir que o delegado do jogo avaliasse a condição de continuidade do jogo. A gente se preocupa com segurança do torcedor, dos jogadores, de nós que estamos trabalhando – disse o dirigente, ao Premiere.

– Está na hora de ações mais duras para que a gente possa evitar isso. Jogo de futebol é alegria, tem família assustadas e acuadas aqui, é muito triste – destacou.

Em entrevista coletiva na sequência, ele voltou a cobrar por ações duras contra o Santos e a Vila:

– A gente espera providências da CBF, STJD, para que a gente não veja uma tragédia. Muitas famílias. Vuaden (árbitro) foi bem em encerrar o jogo, não havia condições de ir até os acréscimos.

Foi a segunda vez em menos de um ano que um clássico entre Santos e Corinthians na Vila Belmiro terminou desta forma. Em 13 de julho de 2022, depois de o Timão vencer o Santos por 4 a 0 na Arena, o Peixe foi eliminado nas oitavas da Copa do Brasil em casa ao vencer o Timão por só 1 a 0.

O Santos foi denunciado pela invasão de torcedores. Um deles chegou a agredir o goleiro Cássio.

O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) condenou o Santos, que fez um jogo com portões fechados na Copa do Brasil deste ano e outro só com a presença de mulheres e crianças. Também foi aplicada multa de R$ 35 mil ao clube.

Episódio com torcedores do Corinthians

Duilio Monteiro Alves falou também sobre a emboscada que o ônibus do Corinthians sofreu ao tentar chegar ao hotel em Santos na noite de terça-feira. Cercado por torcedores, que soltaram rojões e bateram na lataria do veículo, o Timão voltou a São Paulo e só seguiu para a Vila nesta quarta.

– É muito triste que a violência no futebol só aumente. Protestos são legítimos, mas tudo tem limite. O Corinthians vai fazer o possível e o impossível para o futebol voltar a ter segurança. Ninguém tem medo de descer de ônibus, mas não vou colocar ninguém em risco, quem foi receber os jogadores poderia criar problema maior. Qualquer hora vai acontecer uma tragédia, está cada vez mais perto.

– O Corinthians foi acusado de ter medo de descer do ônibus. Não é questão de medo, não temos medo de nada e de ninguém. É uma questão de segurança.

Segundo apuração do ge, torcedores de uma organizada do Timão na Baixada Santista que apareceram na porta do hotel para intimidar os jogadores:

– O Corinthians vai repensar também a relação com as organizadas. Tivemos dez dias com manifestações de alas diferentes, tem eleições no clube e nas torcidas. O Corinthians não vai ser prejudicado por isso. Sabemos da responsabilidade e do trabalho que tem que ser feito para o Corinthians subir no Brasileiro. Daí para violência é algo muito grande.

Veja mais trechos:

Relação com organizadas:

– Sempre fui a favor da paz e da conversa, sempre atendemos. Não quero falar o que vai acontecer porque vamos repensar. Vamos ver se estamos errando para ter essa violência. Se conversa não adianta, não tem sentido manter a relação. Mas vamos conversar internamente e definir. Estamos falando de torcidas, algumas organizadas e outras não. Sabemos da importância da Fiel. Existimos por causa da torcida, não queremos generalizar. Somos quase 40 milhões, estamos falando de uma minoria. Mas vamos repensar, sim, como vamos seguir daqui para frente.

Produto futebol brasileiro

– Temos feito tudo que é possível, assim como os outros clubes. Assim como eu, o Rueda está tentando melhorar o Santos. É triste vê-lo passar por isso. Reuniões fazemos sempre. Temos que nos unir pelo bem do futebol. Discutimos uma liga, a gente não se acerta e o produto vai piorando. A gente precisa de todos. Imprensa, torcedores, treinadores, todos que gostamos e vemos. Sabemos que o futebol é familiar, mas, para nós, é o trabalho. Passou dos limites e precisamos nos unir. Difícil trabalhar assim, mas vamos seguir fortes para que o Corinthians volte à Libertadores e saia campeão da Copa do Brasil e torcida fique feliz.

Fonte: ge